Lançamento de Livro sobre Escravidão e Liberdade no Brasil Contemporâneo

Hoje, dia 21/03 (Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial), às 18h30, será lançado, na Livraria Universitária Gramma-Educam (Cândido Mendes), o livro intitulado Ainda que tardia: escravidão e liberdade no Brasil contemporâneo, de autoria de Jaqueline Gomes de Jesus, Psicóloga do Núcleo Interdisciplinar de Ações para a Cidadania (NIAC) da UFRJ.

Ainda que tardia: escravidão e liberdade no Brasil contemporâneo é o único livro, escrito por uma psicóloga, a tratar do drama da escravidão no Brasil contemporâneo.

Em 2005, a autora defendeu a Dissertação de Mestrado intitulada Trabalho Escravo no Brasil Contemporâneo: Representações Sociais dos Libertadores, a qual fora aprovadano Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília. Desde então, nenhuma outra pesquisa sobre o assunto foi publicada na área de Psicologia, exceto um capítulo de livro e um artigo científico, ambos de sua própria autoria.

Podem ser classificadas em três grupos as pessoas que vivenciam o drama da escravidão na atualidade: o das escravizadas, o das que escravizam e o das que libertam. O grupo dos libertadores foi o investigado, buscando-se conhecer, por meio de seus relatos, o que pensam e sentem acerca de seu trabalho de libertar, e da exploração na relação trabalhadores escravos e escravocratas.

A pesquisa permite repensar a História, a partir da ótica dos oprimidos, ao constatar que, ainda hoje, um número vultoso de seres humanos não tem acesso a trabalho digno, ao amparo das leis, à alimentação, à saúde pública, à moradia e, algumas vezes, sequer à compaixão.

O desafio posto pela escravidão contemporânea exige que mais pessoas a conheçam e, se quiserem, possam enfrentá-la. Se não salvando gente de uma condição sub-humana, ao menos denunciando; se não denunciando, ao menos estudando e propondo estratégias de intervenção, como se faz neste livro; e, se não intervindo, ao menos entendendo a questão e levando a mensagem à frente, pois ela também nos torna libertadores, e nos liberta.

Entre as suas diversas conclusões, o livro demonstra que o trabalho dos libertadores, ao denunciar para a sociedade que a escravidão existe, é gravíssima e deve ser combatida em diferentes campos, não está apenas realizando um ideal de cidadania e justiça, relacionado à ideia de liberdade, mas também está se empoderando simbolicamente.

A superação dessa forma de exploração do trabalho exige não apenas ações locais e incisivas de resgate e remuneração imediata dos escravizados, mas principalmente a viabilização de modelos alternativos de empregabilidade, por meio da inclusão dos trabalhadores em novas redes sociais e laborais.

O problema da escravidão, culturalmente estruturado na hiper-hierarquizada sociedade brasileira, demanda a utilização e o máximo aproveitamento de tecnologias humanas de mudança psicossocial.

O livro é recomendado pela Professora Adonia Antunes Prado, da UFRJ, com Prefácio do Professor Ricardo Rezende Figueira, da UFRJ, e é apresentado pela Professora Leny Sato, da USP.

Detalhes do evento:

Dia(s): 21 mar 2016
Horário: 18h30

Local: Livraria Universitária Gramma-Educam (Centro Comercial Cândido Mendes)
Rua da Assembleia, nº 10, Térreo, Centro., Rio de Janeiro, RJ

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