Arqueologia das Sensações: um Outro Modernismo
Ementa
Seria possível pensar a sensação menos a partir de uma discussão filosófica e abstrata sobre o sensível, a percepção e mais como um procedimento de análise? Se há um debate de Benjamin, Warburg e outros de uma história da imagem, seria possível também fazer uma história das sensações (e não das ideias, das mentalidades?) ao não pensar a sensação como objeto a ser historicizado mas na própria forma de constituir uma genealogia, uma arqueologia, uma constelação? Seria a busca das sensações uma forma de integrar arte e vida? Seguindo o pensamento de Deleuze e Guattari ao sugerirem que a obra de arte é “um bloco de sensações” (1992, p. 213); portanto, não se trata de afirmar que a obra artística apenas represente sensações mas que ela produza sensações. Portanto trata-se de colocar as sensações para a arte como geradoras de conhecimento como são os conceitos para a filosofia. Sensações que evocariam a sobrevivência anacrônica do Decadentismo e do Dândismo do século XIX no interior mesmo do Modernismo. Um momento de cristalização dessa sobrevivência estaria no Modernismo, em particular, em Mario Peixoto e nos diálogos possíveis a serem feitos com Proust e Fernando Pessoa bem como no mapeamento de diálogos com Octavio de Faria e Lucio Cardoso entre outros. Nossa hipótese é que pela sensação decadentista e pela sensibilidade dândi poderíamos realizar não só uma constelação transcultural e comparativa mas uma outra arqueologia do Modernismo brasileiro que não seja nem de uma linhagem antropofágico-tropicalista
Referências básicas a serem lidas:
BENJAMIN, Walter. “Sobre o Conceito da História” in Obras Escolhidas. Vol 1. São Paulo: Brasiliense, 1985.
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FOUCAULT, Michel. Arqueologia do Saber. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1986.
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MICELI, Sérgio. Intelectuais e Classe Dirigente no Brasil (1920/1945). São Paulo: Difel, 1979.
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TURCKE, Christoph. Sociedade Excitada: Filosofia da Sensação. Campinas: Ed. Da Unicamp, 2011.
VENANCIO, Paulo. A crise da pessoalidade e o outro” modernismo: Cornélio Penna, Oswaldo Goeldi e Mário Peixoto, Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: UFRJ, 1992.
Os encontros serão às segundas, das 14h às 17h. No dia 6 de março, no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRJ (Campus da Praia Vermelha, ECO, sala a definir), teremos nosso primeiro encontro.
Escola de Comunicação – Programa de Pós-Graduação em Comunicação
Linha: Tecnologias da Comunicação e Estéticas
Disciplina: Meios de comunicação, Poéticas e Estudos de Narrativa
Curso: Arqueologia das Sensações: um Outro Modernismo
Horário: Segundas-feiras, de 14 às 17 horas.
Prof. Denilson Lopes Carga Horária: 60 Crédito: 4.0
Grupo: Tópicos Especiais para doutorado-Mestrado-Eletiva
Detalhes do evento:
Dia(s): 6 mar 2017
Horário: 14h00 - 17h00
Local: Escola de Comunicação (ECO/UFRJ)
Av. Pasteur, 250, Rio de Janeiro, RJ, 22290-902, Urca - Campus da Praia Vermelha
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A confirmação da inscrição é de responsabilidade do organizador do evento.
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Instituição responsável: UFRJ (ECO)
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