Concerto para Petrópolis

Atividades Culturais e Espetáculos

Arte de Toda Gente faz concertos beneficentes para Petrópolis no aniversário da cidade
Apresentações com a Sinfônica da UFRJ e convidados fazem parte da Mostra Bossa Criativa Arte de Toda Gente e acontecem nos dias 16/03 (Rio) e 19/03 (Petrópolis), às 19h. Renda será revertida para as vítimas dos deslizamentos na Cidade Imperial. Iniciativa é parte do programa Arte de Toda Gente, parceria de Funarte e UFRJ.

Felipe Prazeres e a Orquestra Sinfônica da UFRJ – Foto Gusbomfim /divulgação

Na quarta-feira, dia 16 de março – data em que a Cidade Imperial celebra 179 anos –, a Mostra Bossa Criativa Arte de Toda Gente realiza o Concerto por Petrópolis, com a Orquestra Sinfônica da UFRJ e músicos convidados, com regência de Felipe Prazeres, no Teatro Dulcina, no centro do Rio. Os ingressos têm preços populares (estão disponíveis em https://www.sympla.com.br/concerto-para-petropolis__1508889) e a renda será revertida para socorrer as famílias desabrigadas pelos deslizamentos no Morro da Oficina, hoje acolhidos pela Paróquia de Santo Antônio. Já no dia 19 de março, também às 19h, a orquestra sobe a serra e apresenta o mesmo concerto na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis, com ingressos a R$ 20, no local. A iniciativa faz parte do Sistema Nacional de Orquestras Sociais – Sinos, que integra o programa Arte de Toda Gente (ATG), parceria entre a Fundação Nacional de Artes – Funarte e a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

Após percorrer outras cidades, a edição carioca da Mostra Arte de Toda Gente teve início no fim de fevereiro, em formato presencial e com atrações dois dias por semana, sempre no Teatro Dulcina, no centro da capital fluminense. Às quartas, a programação fica a cargo do Sistema Nacional de Orquestras Sociais – Sinos, mais dedicado à música clássica; às quintas, a seleção é do Bossa Criativa, que dá mais destaque à música popular. Ao lado do Um Novo Olhar, os projetos integram o programa ATG.

O Concerto
O programa do concerto (veja no final deste release) é formado por obras de compositores que se relacionam com a cidade. O cearense Alberto Nepomuceno, diretor do Instituto Nacional de Música, subia com frequência do Rio de Janeiro para Petrópolis. Uma de suas obras mais conhecidas e executadas, a Serenata para cordas, foi composta e estreada na cidade, em concerto realizado em 29 de fevereiro de 1902, no Clube dos Diários Associados.

Outro compositor que, assim como Nepomuceno, foi diretor do Instituto Nacional de Música, é Henrique Oswald, que recebeu bolsa do Imperador D. Pedro II durante o período em que viveu na cidade de Florença, na Itália. Ao retornar ao Brasil, adquiriu uma casa em Petrópolis, onde passava longas temporadas e compôs várias obras. De Oswald será apresentada a Romanza para cordas, obra de seu período europeu, composta em 1898.

Nascido em Petrópolis em 1901, o pianista, regente e compositor Octávio Maul, teve importante atuação na cidade, onde fundou, com a pianista Alcina Navarro, o Instituto Musical de Petrópolis. Foi professor do Instituto Nacional de Música e como compositor deixou várias obras, dentre elas o Improviso para cordas.

Nome dos mais conhecidos e reconhecidos da música brasileira, o compositor César Guerra-Peixe, nascido na cidade em 1914, foi aluno da Escola de Música Santa Cecília. Suas obras orquestrais são constantemente executadas, no Brasil e no exterior. Guerra-Peixe homenageou sua cidade natal com a obra Petrópolis de minha infância, composta em 1976, através da qual traduz em música suas reminiscências da cidade.

Discípulo de Guerra-Peixe e com histórico familiar ligado à Escola de Música Santa Cecília, Ernani Aguiar é hoje um dos mais consagrados compositores brasileiros. De sua autoria será ouvida a obra Instantes II, segunda de uma série de peças para orquestra de cordas.

No Rio de Janeiro o programa finalizará com uma obra do compositor carioca Ronaldo Miranda, que, apesar de não se relacionar diretamente com Petrópolis, será ouvida pela voz de um dos mais destacados cantores líricos brasileiros nascido na cidade. Marcelo Coutinho, hoje professor de canto da Escola de Música da UFRJ, integrou o Coro dos Canarinhos de Petrópolis, grupo que forneceu a base da educação musical que possibilitou o desenvolvimento de uma carreira eclética, na qual estão presentes a canção de câmara, a ópera, os musicais e a atividade como dublador e diretor musical.

Marcelo Coutinho interpretará Cantares, de Ronaldo Miranda com texto de Walter Mariani, cuja versão para orquestra de cordas foi por ele estreada. O concerto do dia 19, em Petrópolis, será finalizado com a participação especial do Coral dos Canarinhos, que apresentará o Ave Verum de Mozart sob a regência de seu maestro titular, Marco Aurélio Lischt.

A cidade de Petrópolis
Conhecida como Cidade Imperial, Petrópolis é a maior cidade da região serrana fluminense. Fundada por iniciativa do Imperador Dom Pedro II era o destino preferido deste para seus momentos de lazer e repouso.

Ao longo de sua história, a região desenvolveu uma importante tradição musical, com instituições, cantores, instrumentistas e compositores que se tornaram conhecidos no Brasil e no mundo, seja nos naipes das orquestras brasileiras ou nas temporadas líricas de teatros nacionais e internacionais.

No lugar há diferentes instituições musicais, como a Escola de Música Santa Cecília, fundada pelo maestro Paulo Carneiro em 1923, o Instituto dos Meninos Cantores, que abriga o famoso Coral dos Canarinhos de Petrópolis, e a Sociedade Artística Villa-Lobos, fundada pela professora Maria de Lourdes Tornaghi, a violinista Mariuccia Iacovino e o pianista Arnaldo Estrella em 1970, que há mais cinco décadas oferece aos petropolitanos temporadas de concertos.
Além disso, a Universidade Católica, o Centro de Cultura, que por muitos anos foi a casa do Coral Municipal de Petrópolis, e os teatros Santa Cecília e D. Pedro, entre outros, abrigam diversas atividades artísticas.

Desde 2011 a Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro leva para a população da cidade anualmente produções do projeto Ópera na UFRJ, como o Don Quixote de Telemann, o Cosi fan tutte de Mozart, Trial by juri de Gilbert e Sullivan, dentro outros títulos, cujas apresentações são no Teatro Dom Pedro.

Arte de Toda Gente, os projetos da parceria Funarte-UFRJ
O programa Arte de Toda Gente compreende três diferentes iniciativas, desenvolvidas em parceria pela Fundação Nacional de Artes – Funarte com a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, com curadoria da Escola de Música da universidade.

A primeira dessas iniciativas é o projeto Bossa Criativa – Arte de Toda Gente, que reúne apresentações e oficinas de diversas linguagens artísticas e manifestações da economia criativa. O foco é a democratização da cultura, bem como a diversidade e a difusão de todas as artes, de modo inclusivo. As atividades são compostas de shows curtos, performances, mostras, lives e vídeos de capacitação, exibidos no site www.bossacriativa.art.br, com participação de artistas de todo o Brasil.

A segunda iniciativa é o Sistema Nacional de Orquestras Sociais (Sinos), formado por uma rede de dezenas de profissionais de música, que atuam em cursos, oficinas, concertos e festivais, produzindo ainda material didático de apoio, partituras e publicações, centralizadas no site www.sinos.art.br. A ideia é capacitar regentes, instrumentistas, compositores e educadores musicais, apoiando projetos sociais de música e, ainda, contribuir para o desenvolvimento das orquestras escola de todo o país.
Já o Um Novo Olhar (UNO) tem como alvo promover a inclusão e o acesso de crianças, jovens e adultos com algum tipo de deficiência, por meio das artes e da capacitação de professores e de regentes para coro. Com a exibição online de performances de artistas e vídeo podcasts (vodcasts) sobre arte e acessibilidade, a promoção de lives, encontros e seminários virtuais e com uma série de publicações – que incluem a produção de versões e partituras originais de compositores brasileiros formatadas para corais –, o projeto tem também o objetivo de ampliar a percepção de toda a sociedade sobre as deficiências. Saiba mais em www.umnovoolhar.art.br.

Programa do Concerto para Petrópolis
1 – Alberto Nepomuceno (1864-1920) – Serenata para cordas (1902)
2 – Henrique Oswald (1852-1931) – Romanza para cordas (1898)
3 – Octávio Maul (1901-1974) – Improviso para cordas (1934)
4 – César Guerra-Peixe (1914-1993) – Petrópolis de minha infância (1976)
I – A Baronesa sobe a serra
II – As crianças na Praça da Liberdade
III – Barquinhos do Cremerie
IV – Os Índios do Morin
5 -Ernani Aguiar (1950) – Instantes II (1987)
I – Moderato e fluente
II – Boi Mofado
III – Cantilena
IV – Ronda
6 – Ronaldo Miranda (1948) – Cantares (texto de Walter Mariani)
Marcelo Coutinho (barítono)

Coral dos Canarinhos de Petrópolis
Regência: Marco Aurélio Lischt
Orquestra Sinfônica da UFRJ e músicos convidados
Regência de Felipe Prazeres
Orquestra Sinfônica da UFRJ – naipes de cordas
Violinos I Andreia Carizzi (spalla), Talita Vieira, André Bukowitz, Ana Catto, Ricardo Coimbra, Carlos Mendes (convidado OSTM e OPES)
Violinos II Fábio Peixoto, Inah Pena, Kelly Davis, Her Agapito, Daniel Andrade (convidado – OSN/UFF)
Violas Cecília Mendes, Thaís Mendes, José Ricardo Taboada (convidado – OSTM e OPES), Carlos Henrique Fernandes (OSN/UFF)
Violoncelos Gretel Paganini, Mateus Ceccato, João Bustamante
Contrabaixo Tarcísio Silva

Detalhes do evento:

Dia(s): 16 mar 2022 - 19 mar 2022
Horário: 19h00 - 20h45

Local: Teatro Dulcina
Rua Alcindo Guanabara, 17 , Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Centro

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Inscrição:

A confirmação da inscrição é de responsabilidade do organizador do evento.

Valor: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Período de inscrição: 16/03/2022
Site: www.sinos.art.br
Instituição responsável: Funarte-UFRJ
Email do organizador: contato@sinos.art.br
Telefone de contato: (21) 2532-4649