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Editora UFRJ lança Cinema e clínica: a criação em processos subjetivos e artísticos, de Cezar Migliorin, no XXV Encontro Socine – Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, na USP, no dia 9 de novembro de 2022, às 18h30. O livro, que compõe a Coleção Outros passos, é resultado de pesquisa e trabalho desenvolvidos sobre cinema, centrados na criação de imagens e processos subjetivos, em parceria com grupos da Universidade Federal Fluminense, onde o autor é professor, em escolas e na Casa Jangada, espaço transdisciplinar de trabalho clínico voltado à saúde mental no Rio de Janeiro.
No livro, Migliorin afirma que não é possível saber a princípio em que ponto a criação fílmica pode parar, pois os realizadores de filmes não têm o controle definitivo sobre o processo. Sendo assim, não cabe mais falar de um cinema de autor, já que a criação é imprecisa, indefinida de antemão nos seus efeitos e de fim inantecipável. Segundo o autor, essa imprecisão atesta a afinidade transdisciplinar entre cinema e subjetividade, entre criação fílmica e processo de produção de subjetividade, entre cinema e clínica.
Cezar Migliorin reconhece que a cada vez que as palavras cinema e clínica são colocadas juntas ocorre um estranhamento no interlocutor, ou até mesmo mal-entendidos sobre os sentidos dessa relação, mas ele aposta nessa aproximação e aborda o tema em duas situações complementares no livro.
Inicialmente, o autor apresenta os processos subjetivos, em que nos assumimos como indivíduos e grupos, em que nos pensamos, sentimos, experimentamos, adoecemos, criamos. Em seguida, discute as imagens e suas formas de relação com a realidade, com a imaginação, com o ver, o dizer, o sentir e o pensar. Segundo Migliorin, para se chegar aos trabalhos resultantes da experiência com cinema de grupo, é preciso dizer qual a relação existente entre as imagens e os processos subjetivos e saber que há nessa relação uma experiência que habita a fronteira ou, se preferirmos, uma transversalidade entre os processos artísticos e subjetivos.
Uma hipótese sobre os processos criativos atravessa o livro: a criação, antes de ser criação disso ou daquilo, existe. Se estamos vivos, é porque houve criação. Os processos criativos são, antes, processos imateriais, forças que constituem o indivíduo, que passam pelo desejo, pelos afetos, pelas pulsões. A possibilidade de criação é em si algo que existe, é necessária para fazer da vida algo próprio e singular, ao mesmo tempo que não há criação em isolamento. Criar depende de uma montagem, de uma relação, de acoplamentos e conexões, afirma o autor.
Cezar Migliorin é professor de cinema da Universidade Federal Fluminense (UFF), psicanalista e coordenador do Laboratório Kumã de experimentação e pesquisa com imagem e som.
Detalhes do evento:
Dia(s): 9 nov 2022
Horário: 00h00 - 19h30
Local: XXV Encontro Socine – Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, na USP
USP, São Paulo, São Paulo
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Inscrição:
A confirmação da inscrição é de responsabilidade do organizador do evento.
Valor: Gratuito
Período de inscrição: Não é necessária inscrição
Site: www.editora.ufrj.br
Instituição responsável: Editora UFRJ
Email do organizador: maria@editora.ufrj.br
Telefone de contato: (21) 99296-6806