Caminhos Modernos com a OSUFRJ

Música de Concerto

O compositor Arvo Pärt trilhou uma trajetória singular. Entre 1955 e 1958, fase inicial de sua carreira, adotou o neoclassicismo como linguagem. No início da década de 1960 abordou o serialismo e pouco depois caminhou para o pós-modernismo ao conciliar elementos tonais com os atonais, com “clusters”, procedimentos de colagem aplicados em formas barrocas. Após um ‘silêncio criativo’ Arvo Pärt adotou a técnica composicional que chamou de Tintinnabuli, termo que deriva do vocábulo tintinnabulum, que significa ‘pequeno sino tintilante’, sendo “Fratres” uma das primeiras. O universo harmônico de Pärt é modal, diatônico, apoiado por longa nota pedal em uma simplicidade textural com uso frequente de uma escritura nota contra nota, características derivadas do estudo da música gótica e renascentista franco-flamenga. Caminho similar foi trilhado por Henryk Górecki, compositor da segunda geração da chamada Escola Polonesa, cujos integrantes adotaram não só as novidades da chamada vanguarda do pós-guerra como incorporaram às suas ferramentas composicionais as conquistas da tradição, enquadrando-se aí nos conceitos de pós-modernidade. De início abertamente adepto da vanguarda, ao produzir obras que se enquadram no pós-serialismo e no sonorismo então em voga, Górecki mudou radicalmente seu estilo composicional exatamente com as “Três peças em estilo antigo”. Nelas podemos identificar um idioma modal com sonoridades arcaicas baseadas na música medieval e renascentista polonesa, assim como em canções e danças populares de seu país. “Voyage”, de John Corigliano, é originalmente uma obra coral composta em 1971 com texto da tradução inglesa para “L’invitation au voyage”, do poeta simbolista francês Charles Baudelaire. Em 1978 o compositor reelaborou a peça para flauta solo e orquestra de cordas. O poema que deu origem à obra é uma meditação sobre o amor repleta de imagens sensuais, expressas na música de Corigliano pelas harmonias instáveis, na fronteira entre a tonalidade e a atonalidade. A compositora e clarinetista irlandesa Geraldine Green criou seu “Concerto para clarone” em 1991. O caráter da peça neoclássica foi definido pela compositora como “geralmente jovial, com melodias deliciosas e um caráter brincalhão e travesso. O movimento do meio é um tanto mais austero, revelando o lado mais sombrio e sério do clarinete baixo”. Já “Pelimannit” do finlandês Einojuhani Rautavaara é uma obra na qual o compositor fez uma homenagem à música folclórica e aos músicos de seu país, especialmente os violinistas populares. Cada um dos cinco movimentos é baseado em uma melodia de Samuel Rinda-Nikkola, um músico popular finlandês do início do século XIX. A obra neoclássica combina os elementos folclóricos com fragmentos de obras de Bach e harmonias modais temperadas por cromatismo e clusters dissonantes.

Detalhes do evento:

Dia(s): 14 ago 2025
Horário: 19h00 - 20h30

Local: Salão Leopoldo Miguez (Escola de Música/UFRJ)
Rua do Passeio, 98 - Lapa, Rio de Janeiro , RJ, 20021-290

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Inscrição:

A confirmação da inscrição é de responsabilidade do organizador do evento.

Valor: Gratuito
Período de inscrição: gratuito
Site: https://www.instagram.com/orquestra_ufrj/
Instituição responsável: Escola de Música da UFRJ
Email do organizador: ciacarnaval@gmail.com
Telefone de contato: 21988659417