Luiz Costa Lima: um Teórico nos Trópicos

Luiz Costa Lima: um Teórico nos Trópicos

O congresso da Associação Brasileira de Literatura Comparada deste ano terá, em sua programação, um simpósio intitulado “Luiz Costa Lima: um teórico nos trópicos”.

A proposta é que os participantes tematizem o todo ou parte da produção do crítico, tanto em sua especificidade quanto em seu diálogo com autores de diferentes épocas e latitudes.

Importante: as inscrições de comunicações poderão ser feitas até 26/3, por meio do linkhttp://www.abralic.org.br/inscricao/comunicacao/.

Agradecemos a atenção e esperamos vê-los na UERJ!

Organizadores: Professores Aline Magalhães Pinto (UFMG), Ana Lúcia Oliveira (UERJ) e Dau Bastos (UFRJ)

Data: 07 a 11 de agosto de 2017

Local: ABRALIC 2016/2017 – UERJ – Rua São Francisco Xavier, 524, Maracanã, Rio de Janeiro, RJ.

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Luiz Costa Lima está completando oitenta anos de idade e acreditamos que uma das maneiras mais proveitosas de comemorar o aniversário é passar em revista seus escritos. Inaugurada em 1966, sua obra fecundou o trabalho de um grande número de pesquisadores, entre os quais muitos certamente terão grande interesse em focalizar descobertas semeadas nos 26 títulos lançados até o presente.

Como sabemos, há volumes inteiros devotados a uma determinada categoria, a exemplo de A aguarrás do tempo (1989), que esmiúça a narrativa. Encontram-se, além disso, questões enfocadas em mais de um livro, como é o caso da mímesis e do controle do imaginário, que renderam trilogias e se espraiaram por outras publicações. Assim, o conjunto se firma como a obra nacional mais vultosa do campo da teoria da literatura.

Igualmente notáveis são os tomos consagrados à ficção e à poesia brasileiras do passado e do presente. Adepto do exercício crítico enquanto atividade de risco, Luiz Costa Lima adota perspectivas muito particulares, frequentemente ao arrepio das leituras canônicas. Um dos resultados mais evidentes de seu arrojo é o oferecimento de imagens renovadas de autores como Machado de Assis, Euclides da Cunha, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Cornélio Penna, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa e vários contemporâneos.

Ciente da importância de fazer circular entre nós algumas ideias surgidas no exterior, o crítico se engajou igualmente na organização de seletas de artigos e ensaios estrangeiros, dos quais chegou a traduzir vários. Entre elas destacam-se os dois volumes de Teoria da literatura em suas fontes (1975) e A literatura e o leitor – textos de estética da recepção (1979), cujos conteúdos mantêm uma relação estreita com a própria trajetória intelectual do organizador.

Perpassada pela erudição, a obra de Luiz Costa Lima se coloca ao lado da crítica e da história da literatura como prova maior de que é possível teorizar nos trópicos. Sua existência não implica desmerecimento dos demais textos dedicados à ficção e à poesia, mas atesta a fecundidade de o Brasil se colocar entre as nações cujos estudos literários produzem composições longas e penetrantes em torno de determinados conceitos.

Tanto os livros da própria lavra quanto aqueles que Luiz Costa Lima organizou são de uma densidade tal que costumam demandar mais de uma leitura. Como resultam de escavações profundas da literatura ocidental e se articulam a uma bibliografia que 2 inclui o conjunto das humanidades, exigem ser tratados como objetos de estudo. Nada mais oportuno que sirvam de matéria-prima ou ponto de partida para abordagens livres a ponto de incluírem discordâncias e questionamentos.

O exame do trabalho de Luiz Costa Lima se mostra ainda mais necessário ao lembrarmos que, devido também a questões editoriais que envolvem desde políticas de publicação até dificuldade de difusão do livro no Brasil, vive um grande descompasso entre importância e alcance. Prestigioso e respeitado, marcou a formação de uma grande quantidade de professores e se faz presente em muitas pesquisas, mas costuma ser visto como hermético mesmo por estudantes de mestrado e doutorado. Além disso, seus vários volumes circulam muito menos do que seria de se esperar. Daí a importância de iniciativas que, sem resvalar para o tom encomiástico, facilitem o acesso e desdobrem os achados.

Nesse sentido, desponta como pioneira a organização, por Hans Ulrich Gumbrecht e João Cezar de Castro Rocha, de Máscaras da mímesis – a obra de Luiz Costa Lima (1999), constituída de análises feitas por intelectuais do naipe de Benedito Nunes, David Wellbery, Flora Süssekind, Haroldo de Campos, Wlad Godzich e Wolfgang Iser. Em 2010, apareceu a coletânea Luiz Costa Lima – uma obra em questão, organizada por Dau Bastos, feita de entrevistas concedidas pelo autor a dezoito pesquisadores do Brasil e do exterior.

O presente simpósio se insere nesse fluxo de interlocução multifacetada e franca. A proposta é que os participantes tematizem o todo ou parte da produção de Luiz Costa Lima, tanto em sua especificidade quanto em seu diálogo com autores de diferentes épocas e latitudes.

Independentemente das linhas que perfizerem, as diferentes comunicações contribuirão para ampliar o alcance de reflexões desenvolvidas ao longo de décadas. Ajudarão a imprimir visibilidade ao percurso percorrido por Luiz Costa Lima e, por extensão, ao caminho empreendido pelos estudos literários no último meio século.

Detalhes do evento:

Dia(s): 21 mar 2017 - 26 mar 2017
Horário: O dia inteiro

Local: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Rua São Francisco Xavier, 524, Rio de Janeiro, RJ, 20550-900, Maracanã

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Inscrição:

A confirmação da inscrição é de responsabilidade do organizador do evento.

Valor: Consultar no site do evento.
Período de inscrição: Inscrições até o dia 26/03, pelo site http://www.abralic.org.br/inscricao/comunicacao/
Site: http://www.abralic.org.br/
Instituição responsável: UERJ (ABRALIC 2016/2017)
Email do organizador: simposiosabralic@gmail.com
Telefone de contato: 2334-0639